sábado, 4 de fevereiro de 2012

Talvez o fim do bruno

                                                        Talvez o fim do bruno





"Na vida, quem perde o telhado ganha as estrelas"
(Chico Xavier)



Nesse carnaval o Gu e eu descemos a serra novamente rumo ao interior, para descansar, mas combinamos que não faríamos programa nem por um milhão de reais, seria um passeio para tirar o stress depois de tanta coisa que vem acontecendo ultimamente. Dessa vez não fomos para o barreirinhas, ficamos  no apartamento da mãe do Gustavo. Chegamos ás duas da manha, levamos as malas para o apartamento e fomos caminhar na praia no meio da madrugada, que apesar do carnaval estava vazia, não tinha uma viva alma por perto. Depois de caminhar um pouco na beira do mar resolvemos dar um mergulho, nós dois estávamos de bermuda, chinelo de dedo, e camiseta normal, como não estávamos de sunga, tiramos a roupa e ficamos só de cueca, deixamos a roupa ali na areia mesmo e pulamos no mar, a água estava muito boa e quentinha apesar de ser madrugada. Mas o mar estava muito agitado, cada vez que uma onda passava quase levava nossa cueca, Mas o Gu sempre tem uma idéia idiota para resolver os problemas, e pior que eu sempre vou na dele, e acabo me fudendo e dessa vez não seria diferente. Ele sugeriu que tirássemos a cueca para o mar não levar, como não tinha ninguém por perto, eu aceitei a idéia dele, tirávamos a cueca e colocamos junto com o resto das nossas roupas que estavam na areia, e ficamos peladões dentro da água. Depois de uns quinze minutos o Gustavo aponta para a beira da praia e me mostra duas loiras correndo, com as nossas roupas nas mãos, ficamos putos da vida, certamente aquelas vacas estavam nos vendo quando tiramos a roupa, esperaram para que entrássemos no mar, para roubar nossas roupas e tirar uma com a nossa cara. VADIAS, VACAS, PIRANHAS—que raiva que me fizeram passar, mas sem problemas o prédio era lá na frente, combinamos de ir correndo até lá entrar e ninguém iria ver nada, e foi o que fizemos, saímos da água correndo, atravessamos a rua, e chegamos ao prédio, mas o maldito porteiro olhou para nossa cara e começou a rir sem parar, ele ria muito e não abria o portão disse que não poderíamos entrar no prédio pelados, explicamos o que aconteceu e ele ainda tirando muito sarro da nossa cara deixou que entrássemos, mas disse para subirmos pela escada de emergência porque poderíamos encontrar alguém no elevador, e seria muito constrangedor. Subimos correndo com muita raiva, entramos no AP, trancamos a porta, e começamos a rir, não sei se tudo isso foi engraçado ou se estávamos rindo de nervoso, mas até chorei de tanto dar risada. Ficamos lá dois marmanjos peladões rindo sem parar. Depois de algum tempo, tomamos banho e fomos dormir porque o dia seguinte seria longo.



No dia seguinte...



Acordei, sai do quarto em direção ao banheiro, e passando pela sala, vi o Gustavo sentado no sofá assistindo a um filme pornô e batendo uma punheta pelado, quando ele me viu não ficou constrangido e continuou o que estava fazendo, eu já estava de pau duro porque havia acabo de acordar, e ver meu amigo tocando uma, me deu um tesão, sentei ao lado dele, abaixei a bermuda, e comecei a punhetar também, “ele me deu uma mão” então também ajudei ele, gozamos rápido. E para me irritar o Gustavo gozou na mão, e esfregou toda a porra na minha cara, fiquei todo melecado, dei um soco forte no peito dele para me vingar, e ele ficou tirando onda. Depois tomamos o café da manhã, colocamos sunga, calçamos um chinelo, e fomos novamente para a praia, sentamos em uma das mesas do quiosque que fica em frente ao AP, e que tinha cinco lugares, pedimos um refrigerante, e antes mesmo do pedido chegar, duas garotas perguntaram se poderiam sentar-se ali com agente, porque não haviam levado cadeira de praia nem guarda-sol, e como a praia estava cheia não sobraram mais meses do quiosque, e sol estava muito forte, se ficassem na areia iriam fritar. Falamos que elas poderiam ficar sem problemas, as meninas eram super simpáticas, uma se chamava Julia e tinha 20 anos, e a outra Marcinha de 21 anos, ambos faziam o estilo patricinhas roqueiras, e eram bonitas, mas eu fiquei amarradão mesmo na Julia, que é bem branquinha, tem cabelos longos pretos longos e lisos até a cintura, mais ou menos 1,60 de altura, e é magra, mas nada de esquelética, ela tem corpo, piercing de argolinha no nariz, e a tatuagem de uma bruxinha roqueira voando na vassoura, com uma frase em baixo da tattoo –MENINAS BOAS VÃO PARA O CÉU E MENINAS MÁS VÃO PARA ONDE QUEREM--- .E A marcinha é morena clara, tem cabelos compridos também, mais ou menos 1,65 de altura, e é um pouco mais cheinha, mas não chega a ser gorda. Logo vi que o meu amigo havia se interessado por ela, e como eu estava de olho na Julia, as coisas estavam perfeitas, conversa vai conversa vem, cerveja vai cerveja vem, o Gustavo e a marcinha começaram a se beijaram, olhei para a Julia e disse--POW ELES ESTÃO SE BEIJANDO, NÃO VAMOS FICAR DE VÉLA NÉ, ACHO BOM AGENTE BEIJAR TAMBEM—e não é que ela me beijou mesmo??? Eu adorei, senti uma coisa tão estanha, uma mistura de tesão e alegria, de alguma maneira aquela garota estava me encantando, eu fiquei meio bobo perto dela. Demorei a perguntar onde ela morava, com medo de saber que é em algum lugar distante onde eu não poderia ir visitá-la, não sei porque isso, mas eu estava sentindo algo bem diferente de tudo que eu já havia sentido antes, mesmo tendo conhecendo ela, a apenas algumas horas. Criei coragem e perguntei, ela me disse que mora no renascença, um bairro bem próximo a minha casa, ao ouvir a resposta meu coração se encheu de alegria, continuamos nos beijando e entramos no mar juntos, parecia estar rolando uma química perfeita. Quando estava quase escurecendo, ela disse que precisava ir, estava em um apartamento ali perto, e iria passar o fim de semana na praia, me passou o numero do celular dela, e falou que a noite iria a uma feirinha na praia grande, com a Márcia, e que se eu quisesse ir com elas, era só dar um toque que iríamos todos juntos. Despedimos-nos e ela se foi junto com a amiga. Eu quase pulei de alegria por ter conseguido o telefone dela, por fora eu estava normal, mas por dentro eu estava explodindo de felicidade. Eu e o Gu voltamos para o Apartamento conversando sobre elas, ele me disse que não rolou muito química com ele e a marcinha, mas que ela é uma mina legal, uma boa companhia para passar o tempo, e eu contei para ele o que senti pela Julia, ele como sempre ficou rindo da minha cara, dizendo que foi amor à primeira vista, que eu já estava apaixonado. Tomamos banho coloquei minha melhor roupa, e liguei para ela, marcamos de nos encontrar às 7 da noite ali na frente do quiosque, e dali seguimos para a feirinha da praia grande, o Gu dirigia, a marcinha estava no banco da frente, eu no banco de trás de mãos dadas e aos beijos com a Ju, como sempre ouvindo Evanescence, que por conhecidencia elas também curtiam, para mim foi o Maximo beijá-la enquanto tocava a musica Bring me to life. Que feirinha que nada, chegando à praia grande, o Gu estacionou o carro, e descemos todos do carro, e caminhamos a beira da praia de mãos dadas, os dois casais, eu e ela falávamos sobre nossas vidas, e claro que eu não contei que fazia programa, eu disse que trabalho como vendedor em uma loja no shopping, ela me contou que é estudante de Psicologia, e que às vezes tapa buraco como secretaria no consultório da mãe que é psiquiatra. Estava tão gostoso que eu queria que o tempo parasse ali naquele momento, sentamos na beira da praia e ficamos no beijando ate que o chato do Gustavo falou que queria ir embora, eu perguntei se ela poderia dormir lá no ap com agente, e ela disse que só iria, se a amiga dela fosse também, foi um sacrifício convencer a marcinha, mas ela acabou aceitando. Aquele ap tinha dois quartos, então fiquei em um com a Ju, e o Gu em outro com a ficante dele Os quartos são do lado um do outro, e poucos minutos depois que estávamos deitados na cama, escutamos a cama mexendo no outro quarto e alguns gemidos, eu ouviu o Gu dizer “Geme gostosa, issooooo, chupa com vontade” eu fiquei até sem graça, mas a Ju nem ligou, ficamos ali na cama nos beijando, o clima foi esquentando, ficamos pelados, mas não rolou penetração, apenas algumas brincadeirinhas. Deitamos em ‘”conchinha” abracei a Ju e estava muito feliz por estar com ela naquele momento, parecia que já a conhecia a séculos, que já éramos namorados, há muito tempo, eu acariciava seus cabelos e beijava seu ombro, e ela me falava que gostou de mim, e que não queria que fosse só aquela noite, naquele momento eu era o cara mais feliz do mundo por estar ouvindo aquilo. No outro dia logo pela manhã ela e a amiga voltaram para são luis, elas tinham compromisso, o Gustavo e eu ficamos ali em barreirinhas mesmo, mas eu não conseguia tirar ela da cabeça. Na Segunda feira precisamos voltar também porque ambos tinham clientes marcados, só cheguei em casa tomei um banho e sai para atender o tal cliente, era um cara jovem de mais ou menos 25 anos, era bonito, era branco, com cabelos loiros, olhos castanhos e corpo saradinho, eu disse que ele é bonito não precisa sair com garoto de programa, não precisa pagar por sexo, pode transar com quem quiser, e ele que é muito tímido me disse que não é assumido, e que nunca havia feito sexo com homem, embora sempre teve vontade, nunca teve coragem, por isso estava pagando alguém. Ele me disse também que não tem vontade de ser passivo ou ativo, que gostaria apenas de chupar um pau, e tomar gozada. Muito sem vontade, fui tirando minha roupa, fiquei em pé com o pinto na mão e ele começou a me chupar, o que deveria ser gostoso virou uma tortura porque comecei a pensar na Ju, começou a passar pela minha cabeça que estou gostando dela realmente, e fiquei a me questionar o que ela pensaria se soubesse do que trabalho começou a me bater um desespero, eu não via a hora daquilo terminar, ele chupava gostoso, mas minha consciência estava pensada, não por achar que estava fazendo uma coisa errada, mas por achar que isso me prejudicaria com Ju, rapidamente desviei meus pensamentos para conseguir gozar rápido, gozei na boca do cliente, e ele engoliu tudo, então eu tirei a roupa dele, e o deixei só de cueca, era uma boxer vermelha, coloquei o pau dele para fora sem tirar a cueca, e comecei a chupar, mas sem prestar atenção no que eu fazia, meu pensamento estava em outro lugar, mais precisamente no bairro do renascença. Ele era muito tímido, depois que gozou me pagou me deu um selinho, ficou morrendo de vergonha, colocou a roupa e foi embora, e eu dei graças a deus que aquilo havia terminado. Deitei na cama do motel e dali mesmo liguei para a Ju, pensei em não ligar, para não parecer chato, mas não resisti, acabei caindo em tentação, conversei por mais de uma hora com ela no telefone, mais tarde fomos ao cinema junto, e jantamos em um restaurante japonês. Eu não sei realmente o que esta acontecendo comigo, mas acredito que estou me apaixonando, o que seria bem legal, se eu não fosse garoto de programa. Esse sentimento me assusta, fico a pensar se ela realmente vai querer alguma coisa séria comigo, assim como eu quero com ela, será que devo contar que sou garoto de programa, ou devo esperar começarmos algo serio? Mas ai ela pode sentir-se enganada?! E se ela não aceitar? E se eu não contar e ela descobrir, as coisas vão ficar pior?! Estou sentindo que em um futuro muito próximo terei que fazer uma escolha, terei que pensar se quero matar o bruno dentro de mim e viver uma vida normal com uma namorada, e um emprego convencional, ou se continuo vivendo o bruno, fazendo programas, e ganhando dinheiro. Isso está me tirando o sono, amanhã de manhã irei vê-la novamente, apensar de nos falarmos a tarde toda no telefone, eu já estou morrendo de saudades, dela, e não sei o que vai acontecer amanhã, se irei contar tudo ou se me esconderei por mais um dia.
E apesar do mico de ficar pelado na praia, o feriado valeu a pena por eu ter conhecido uma pessoa especial, que tenho certeza que fará parte da minha vida. Feliz ou infelizmente o bruno pode estar com os dias contados.
 bruno
ha_llen2@hotmail.com

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